Protetor auricular nos ouvidos e uma muralha intransponível se fez. Pelo menos assim crê o Herói. Estufa o peito, olha-se no espelho do banheiro e vê, mais uma vez, Ulisses amarrado ao mastro da embarcação enfrentando as sereias. Caminha até a sala, senta-se no sofá e fica olhando para a porta. Ela chegará em breve, mas, desta vez, não conseguirá enfeitiçá-lo com sua voz. Não enfiará pelos seus ouvidos as ondas sonoras que saem da sua boca e sempre afogam sua racionalidade, deixando ativos no cérebro apenas os neurotransmissores responsáveis pelo funcionamento do seu pau.
“- Uma imigrante grega. Uma sereia do mediterrâneo que aportou nestes lados da América do Sul”. Pensa o Herói. Por que uma sereia escolheu imigrar para São Paulo e não para Santos, Rio de Janeiro, Paranaguá ou qualquer outro lugar próximo ao mar, ele não sabe explicar, mas que se trata de uma sereia disto está convicto.
A porta se abre, seu coração dispara e concomitantemente seu pau começa a inchar dentro das calças. Respira fundo, levanta e, com as mãos para trás como um soldado, se põe em posição de sentido no meio da sala.
Ela entra linda (como sempre): cabelos pretos curtos, lábios carnudos, um pequeno piercing no nariz, usa um vestido justo com estampa e corte orientais, um deliberado decote deixa suas costas negras abusarem de tudo ao seu redor, carrega uma pequena bolsa vermelha. Miúda, possui o rosto e o corpo dignos de uma ninfa: graciosamente lascivos.
Sorrindo ela observa o sujeito a sua frente, rijo como um obelisco com aqueles dois ridículos pontos amarelos de borracha enfiados nos ouvidos. Passa a língua no lábio inferior até senti-lo úmido, seus olhos negros percorrem o corpo do Herói como se fossem garras a lhe rasgarem as roupas. Não emite uma palavra. Abre a bolsa e retira as únicas coisas que nela carregava: Pitangas. Sete frutinhas bem maduras e vermelhas como sangue. Espreme-as com a mão esquerda, o sumo escorre pelo seu braço e um cheiro doce começa a se espalhar pela sala.
“- PUTA FEITICEIRA!”. Grita o Herói enquanto tampa o nariz. Mas já é tarde. O cheiro das pitangas misturado com o cheiro dela já havia se enfiado pelas narinas embriagando seu cérebro. Adeus Ulisses! No Mediterrâneo as sereias te deixaram passar, mas aqui não. Elas permitiram sua viagem, esta é a verdade, nem cantar cantaram, simplesmente gargalharam enquanto você passava amarrado ao mastro com os ouvidos cheios de cera. Elas riram da sua ingenuidade, da sua inocência incapaz de perceber que o encanto das sereias não estava somente no canto. Adeus Ulisses, no Atlântico abaixo dos trópicos todo heroísmo se carnavaliza e seu mito dançou. Adeus Ulisses e que venha Priápo com sua pica eternamente dura! E se jogue nesta mulher, sereia, ninfa, se arremesse Priápo neste penhasco de carne, misture todos os mitos, deseje o sol, derreta-se na luz e goze sentindo a brisa do vento que arrepiou o corpo de Ícaro durante a queda.
“- Uma imigrante grega. Uma sereia do mediterrâneo que aportou nestes lados da América do Sul”. Pensa o Herói. Por que uma sereia escolheu imigrar para São Paulo e não para Santos, Rio de Janeiro, Paranaguá ou qualquer outro lugar próximo ao mar, ele não sabe explicar, mas que se trata de uma sereia disto está convicto.
A porta se abre, seu coração dispara e concomitantemente seu pau começa a inchar dentro das calças. Respira fundo, levanta e, com as mãos para trás como um soldado, se põe em posição de sentido no meio da sala.
Ela entra linda (como sempre): cabelos pretos curtos, lábios carnudos, um pequeno piercing no nariz, usa um vestido justo com estampa e corte orientais, um deliberado decote deixa suas costas negras abusarem de tudo ao seu redor, carrega uma pequena bolsa vermelha. Miúda, possui o rosto e o corpo dignos de uma ninfa: graciosamente lascivos.
Sorrindo ela observa o sujeito a sua frente, rijo como um obelisco com aqueles dois ridículos pontos amarelos de borracha enfiados nos ouvidos. Passa a língua no lábio inferior até senti-lo úmido, seus olhos negros percorrem o corpo do Herói como se fossem garras a lhe rasgarem as roupas. Não emite uma palavra. Abre a bolsa e retira as únicas coisas que nela carregava: Pitangas. Sete frutinhas bem maduras e vermelhas como sangue. Espreme-as com a mão esquerda, o sumo escorre pelo seu braço e um cheiro doce começa a se espalhar pela sala.
“- PUTA FEITICEIRA!”. Grita o Herói enquanto tampa o nariz. Mas já é tarde. O cheiro das pitangas misturado com o cheiro dela já havia se enfiado pelas narinas embriagando seu cérebro. Adeus Ulisses! No Mediterrâneo as sereias te deixaram passar, mas aqui não. Elas permitiram sua viagem, esta é a verdade, nem cantar cantaram, simplesmente gargalharam enquanto você passava amarrado ao mastro com os ouvidos cheios de cera. Elas riram da sua ingenuidade, da sua inocência incapaz de perceber que o encanto das sereias não estava somente no canto. Adeus Ulisses, no Atlântico abaixo dos trópicos todo heroísmo se carnavaliza e seu mito dançou. Adeus Ulisses e que venha Priápo com sua pica eternamente dura! E se jogue nesta mulher, sereia, ninfa, se arremesse Priápo neste penhasco de carne, misture todos os mitos, deseje o sol, derreta-se na luz e goze sentindo a brisa do vento que arrepiou o corpo de Ícaro durante a queda.
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